Decorreu ontem a cerimónia de entrega dos galardões do VI Prémio de Atores de Cinema Fundação GDA – 2012, uma iniciativa levada a cabo através do Fundo Cultural no âmbito da Fundação GDA e que teve como apresentadores Francisco Costa e Cláudia Cadima, membros da Direção da GDA.. Dalila Carmo e Ângelo Torres, artistas premiados, e os membros do júri, destacaram a importância desta iniciativa pelo fato de ser um Prémio de Artistas e para Artistas.
André Gago, membro do júri do VI Prémio de Atores de Cinema Fundação GDA – 2012, sublinhou a peculiaridade deste prémio, que além de ser atribuído por colegas, tem uma componente pecuniária, e é promovido por “uma entidade – a GDA, que se preocupa com os direitos dos Artistas, e até numa iniciativa deste género está atenta e preocupada com o papel distributivo da riqueza. Este fato é tanto mais relevante quanto de momento nos batemos em tribunal contra entidades que utilizam o nosso trabalho e não querem pagar os respetivos direitos”.
Por seu turno, José Martins, outro dos membros do júri que tem como presidente João Perry, referiu que “É muito gratificante fazer parte de um júri que tem a possibilidade de ter uma visão de conjunto sobre o trabalho dos atores portugueses nos filmes feitos ao longo de cada ano”. A Cerimónia de Entrega dos Prémios teve lugar no novo Bar do Teatro da Trindade, em Lisboa e contou com momentos de animação musical que recriaram êxitos de alguns filmes portugueses, a cargo da Banda Diretiva da GDA (Pedro Wallenstein, João Nuno Represas, Tomás Pimentel e José Moz Carrapa) que se reúne para atuar em ocasiões especiais como esta, e da artista convidada Isabel Campelo. Os vencedores receberam, além do respetivo galardão, a quantia de €3.000 – Prémio de Melhor Atriz Principal e de € 2.000 – Prémio de Melhor Ator Secundário.
Suzana Borges, da GDA e responsável pela criação deste Prémio e pela sua dinamização ao longo das passadas cinco edições, entregou o Prémio a Dalila Carmo, frisando o excecional trabalho da atriz num papel de extrema exigência, e congratulou-se com a longevidade que o Prémio já tem. Dalila Carmo, para quem esta distinção “é acima de tudo um incentivo muito mais impactante do qualquer outro Prémio, pelo fato de nos ser atribuído pelos nossos colegas,” referiu que “há aqui além do mais um grande património afetivo que não encontramos em mais nenhuma iniciativa deste género. A GDA tem realmente um papel cada vez mais determinante nas nossas vidas, seja por este tipo de ações, seja porque está sempre lá para nos ouvir e ajudar na defesa dos nossos direitos”. A atriz de “Florbela” considerou ainda que “em Portugal conseguimos fazer com o mínimo coisas muito boas.”
O Prémio Melhor Ator Secundário , atribuído a Ângelo Torres, pela sua interpretação no filme “Estrada de Palha” foi entregue por Paulo Santos, Diretor Geral da GEDIPE, entidade parceira da GDA e que se dedica à gestão e defesa dos direitos de autor e direitos conexos dos Produtores no Audiovisual, que chamou a atenção para a importância do património cultural português e do seu valor, referindo a necessidade da sua defesa e promoção.
Ângelo Torres para quem “Portugal está muito bem servido de atores”, afirmou a propósito deste Prémio: “é sempre bom receber um Prémio pelo nosso trabalho, mas é ainda mais quando este nos é atribuído por colegas.”
Pedro Wallenstein, Presidente da GDA e Presidente do Conselho de Administração da Fundação GDA, afirmou no encerramento da Cerimónia de Entrega do VI Prémio de Atores de Cinema Fundação GDA – 2012: “ é realmente uma alegria renovada quando sentimos que décadas e décadas de trabalho começam a tocar as pessoas, sobretudo num período tão estranho como aquele em que estamos a viver a nível dos Direitos dos Artistas, com a emergência do Digital e de um novo mundo que ainda não aprendeu a conviver com a cultura sem lhe retirar valor. Este novo mundo coloca em causa o trabalho dos artistas, seja pelos litígios que se arrastam nos tribunais contra os canais de televisão e as estações de rádio, seja pela cobardia manifestada pelos governos e pelos governantes, incapazes de assumirem a questão dos direitos da cópia privada em Portugal, e provocando com isso perdas brutais no setor… não obstante, a GDA continuará a valorizar o trabalho dos Artistas e dos Criadores e prosseguirá a sua luta pela defesa dos nosso direitos”.
A organização da Edição de 2012 deste prestigiado galardão é da responsabilidade da Fundação GDA, tal como no ano passado, na esteira da sua missão de desenvolvimento da ação cultural e da ação social da GDA. O Prémio tem como objetivo e espírito promover, valorizar e distinguir anualmente o trabalho dos atores e das atrizes de nacionalidade ou língua portuguesa, no formato cinema. O Júri do VI Prémio de Atores de Cinema Fundação GDA – 2012 avaliou o desempenho dos atores e atrizes que participaram nas longas-metragens de produção nacional com estreia comercial no ano 2012.
As edições anteriores do Prémio de Atores de Cinema Fundação GDA distinguiram Ivo Canelas como Melhor Actor Principal, pelo seu desempenho nos filmes «Call Girl» e «O Mistério da Estrada de Sintra»; José Eduardo como Melhor Actor Secundário, pelo seu desempenho nos filmes «Julgamento», «Corrupção» e «Dot.com»; Anabela Moreira e Tiago Rodrigues como Melhor Atriz Principal e Melhor Actor Secundário respetivamente, pelas suas representações no filme «Malnascida»; Soraia Chaves e Virgílio Castelo como Melhor Atriz Principal e Melhor Actor Secundário por «Salazar – A Vida Privada» e «Um Amor de Perdição», respetivamente; Leonor Baldaque e São José Correia, pelos filmes A Religiosa Portuguesa» e «O Inimigo Sem Rosto», como Melhor Atriz Principal e Melhor Atriz Secundária; Fernando Luís e Nuno Lopes que venceram ex-aequo o Prémio de Melhor Ator Principal pelas suas interpretações nos filmes “América” e “Sangue do Meu Sangue”, respetivamente, e Rita Martins como Melhor Atriz secundária pela sua representação filme de longa-metragem “Efeitos Secundários”.
Sobre Dalila Carmo
Fez o curso profissional de teatro no Ballet-Teatro Contemporâneo do Porto de 1990/1993 e em 96/97 especialização no Método com Marcia Haufrecht e no Actors Studio em Nova Iorque.
No teatro trabalhou com encenadores como Joaquim Benite, José Martins, Paulo Filipe Monteiro, António Pires, Joseph Szajna, Emmanuel Demarcy-Mota, Marcia Haufrecht entre outros….
No cinema participou em várias co produções luso francesas e tb com Espanha.
Estreou-se no cinema com uma curta de Paulo Castro e a seguir em Vale Abrãao, de Manoel de Oliveira.
Trabalhou com os realizadores Manoel de Oliveira, João César Monteiro, Margarida Gil, João Botelho, Vicente Alves do Ó, José Carlos de Oliveira, Jeanne Waltz, João Pinto Nogueira, Juan Miñon, entre outros.
Em televisão estreou se em 1998 como protagonista do Diário de Maria, na RTP, tendo de seguida gravado a primeira série de ficção da TVI, Todo o Tempo do Mundo. A partir de 1999 até 2012 esteve sempre ligada ao canal integrando os elencos de mais de uma dezena de séries e novelas entre as quais Jardins Proibidos, Filha do Mar, Jóia de África, Ninguém como Tu, Tempo de Viver, Dias Felizes, Equador, etc…
Durante uma curta estadia em Espanha participou ainda na série “El Tiempo Entre Costuras” a ser emitida em breve na Antena 3.
Sobre Ângelo Torres
Angelo Torres, nasceu na Guinea-Equatorial, cresceu entre Espanha e São Tomé e Príncipe, estudou em Cuba Engenharia Termodinâmica e, por ultimo, acabou por assentar em Portugal. Aqui descobriu o Teatro e o mundo dos contos. Os contos com os que hipnotiza o publico foram em grande parte herdados do baú da sua avo, que prometia um conto depois de todos os miúdos do seu quintal tivessem tomado o banho antes de ir para cama.
Estudou na Escola Professional de Artes e Ofícios- Chapitô no curso de Artes.
No cinema participou, entre outros em filmes como: “Nha Fala” Flora Gomes, “Tempestade da Terra” Fernando Almeida e Silva, “Tudo isto é Fado” Luís Galvão Teles, “Preto e Branco” José Carlos de Oliveira, “Estrada de Palha” Rodrigo areias.
No Teatro destaca a sua participação em peças como: “Varanda de Frangipani” “Mar me Quer” Teatro Meridional, “Mauser” ” Titus Andrónico” Teatro da Cornucópia, “Os Negros” “Otelo” Teatro Nacional de São João, “Sorrisos de Bergman” Teatro Nacional D. Maria II.
Eleito Shooting Star 2004
Atualmente faz parte do Grupo de Teatro Griôt.