Através do seu Programa de Apoio à Edição Fonográfica de Intérprete, a Fundação GDA apoiou, entre 2020 e 2025, um total de 489 projetos fonográficos que envolveram 2.970 artistas. Na edição de 2025, o programa atingiu o seu pico de apoios, com um total de 120 projetos apoiados e um orçamento de 650 mil euros, destacando-se como uma das mais relevantes iniciativas de estímulo à criação musical em Portugal.
Promovido anualmente, trata-se de uma iniciativa estratégica focada na valorização dos artistas intérpretes e executantes que visa fomentar a criação musical em Portugal. Este programa apoia diretamente artistas intérpretes e executantes nos custos de gravação e edição dos seus próprios discos/fonogramas/álbuns. O total de apoios concedidos desde a criação do programa, em 2007, ronda os 770.
Crescimento expressivo e impacto real
Cingindo a análise aos últimos seis anos, verifica-se que o impacto do programa é evidente nos números. Entre 2020 e 2025 foram atribuídos 2,4 milhões de euros em apoios, distribuídos pelos 489 projetos, selecionados entre as 3.352 candidaturas recebidas pela Fundação GDA através do Portal do Artista. O elevado volume de candidaturas confirma não apenas o forte interesse dos artistas neste programa, mas também a necessidade estrutural de apoio do setor musical português.
Feitas as contas, de todas as candidaturas recebidas entre 2020 e 2025, apenas 14,6% recebem apoio. Esta proporção revela duas realidades. Por um lado, evidencia a enorme vitalidade da música portuguesa com um número crescente de artistas, de todos os géneros, a criarem e a interpretarem novas obras. Por outro, o compromisso contínuo da Fundação GDA em atribuir apoios dignos, estruturados e realistas, que ajudem efetivamente os artistas cobrir custos concretos de produção de uma edição fonográfica.
O orçamento anual do programa é limitado. Por isso, em vez de o repartir por um número excessivo de projetos, atribuindo apenas valores simbólicos, privilegia-se a atribuição de apoios robustos (entre 3.500 € e 7.000 € por projeto), que façam a diferença. Ou seja, que cubram despesas reais como gravação, cachets, mistura, masterização, design gráfico e distribuição.
Este princípio garante respeito pelo tempo, investimento e expectativas dos artistas, valorização do trabalho dos intérpretes, executantes e técnicos envolvidos, bem como uma maior qualidade e viabilidade nas edições apoiadas.
O compromisso firme é o de que cada apoio atribuído represente, de facto, uma base sólida para a concretização de um projeto artístico, completo e profissional.

Mais além dos números: a diversidade
Mais do que em números, este programa traduz-se em novas criações, discos que não existiriam sem este impulso, carreiras que ganharam estrutura e visibilidade, e uma música portuguesa mais plural e viva. Um dos pilares fundamentais do programa é a diversidade estética e de expressões musicais. Aqui importará destacar que a distribuição dos apoios por género musical é realizada de forma proporcional à representatividade de cada género nas candidaturas submetidas, promovendo um equilíbrio dinâmico entre estilos diversos, sem prejuízo da qualidade artística.
Este princípio e a escolha dos membros do júri, cada um especializado num ou mais géneros musicais, garantem que todas as correntes tenham oportunidades justas, respeitando o tecido musical existente no país.
Espelho dessa diversidade é o Catálogo de Edições Fonográficas Fundação GDA, em que compilamos as obras editadas com o nosso apoio, na sua esmagadora maioria as apoiadas por este programa.
Papel do júri e critérios de avaliação
A seleção dos projetos é conduzida por um júri independente, composto por profissionais de reconhecido mérito no domínio da música. Esse júri avalia cada candidatura com base em critérios como:
- Representatividade e equilíbrio entre géneros musicais e entre artistas consagrados e emergentes;
- Potencial de impacto na carreira dos intérpretes;
- Clareza e consistência da proposta.
O júri atua com total imparcialidade e independência, estando impedido de participar no processo de seleção caso tenha ligações aos projetos em análise.
O Programa de Apoio à Edição Fonográfica é um exemplo sólido de apoio direto, transparente e estruturado à criação artística em Portugal. Ao valorizar a interpretação e a diversidade, ao garantir uma avaliação justa por um júri especializado e ao distribuir os recursos de forma proporcional e inclusiva, a Fundação GDA consolida-se como um agente essencial no fortalecimento da música portuguesa e no empoderamento dos seus intérpretes.