Victor Torpedo

Prestes a editar o seu primeiro álbum de título RAW em Maio de 2015, Victor Torpedo já é um nome incontornável da música Portuguesa. A história do Victor Torpedo acaba por se confundir com a história de
algumas das bandas mais importantes que assolaram o panorama da música moderna tanto em Portugal como fora dele.
Inicia a sua carreira musical em 1985 com o projecto Objectos Perdidos e que o leva a performances em Bona, Berlim, Belgrado, Madrid, Porto, Coimbra e Lisboa. Já a carreira discográfica, esta iniciar-se-á apenas em 1994 com o primeiro álbum dos Tédio Boys. Formados em 1989, Os Tédio Boys foram um sonho rock’n’roll.
Talentoso, tresloucado, confrontante. Gente irrequieta a lutar contra a modorra dos dias e contra o conforto. Pessoal muito vivo sem qualquer interesse em encaixar: interessava criar música e fazer da música vida. Tanto quanto não o dizem os dados biográficos, para além do Victor, como formação clássica incluía o Toni Fortuna (D30, Mancines), Paulo Furtado (Wray Gunn, Legendary Tigerman), André Ribeiro (baixista) e Kaló (BunnyRanch); activa até 2000 editou três álbuns,Porkabilly Psychosis (1994),
Outer Space Shit (1996) e Bad Trip (1998), e dois EPs, Fuck The Beatles, Go Country (1997) e Jungle EP (2000); fizeram ainda três digressões nos EUA, sendo convidada numa delas por Joey Ramone para actuar na sua festa de aniversário.
Com o fim dos Tédio Boys, fruto do cansaço acumulado de diversas tours nos estados unidos Victor Torpedo cria o grupo Postpunk/Newwave Planet Jacumba com Miguel Benedicto (D30),Susana Jacumba (Ésse) e Pedro Chau (Tédio Boys) que a partir dessa data o acompanhou em quase todas as aventuras. 2005 é o ano que vê a estreia do álbum “Revolution Rock” dos 77, na origem da qual está também o Victor. Banda de Coimbra liderada por Paulo Eno (Objectos Perdidos), que contava também com André Citizen Skunk, Kaló e Pedro Chau. Todos eles antigos ou futuros membros dos Tédio Boys, The Parkinsons, Tiguana Bibles, Bunnyranch ou Blood Safari. O som do grupo era nitidamente uma pastiche datada do punk rock inglês de 1977, chegando por vezes a roçar o limiar do naif. Apesar da curta duração do projecto como banda, alcançaram algum reconhecimento em concertos dados na zona de Nova Iorque, em especial no famoso CBGB’s.
Em 2000 Victor Torpedo muda-se para Londres com Pedro Chau e formam os The Parkinsons. Os ares londrinos de uma Inglaterra avançada musicalmente, nomeadamente no movimento punk, deram-lhes uma agitação que acabaria por vir a ser muitas vezes polémica e controversa. Tocam no Reading Festival em 2001 e são reconhecidos pela irreverência caótica ao vivo. Entre o frenesim de concertos, festas e empregos detestados, lançam o primeiro álbum em 2002, intitulado A Long Way to Nowhere, que é bem recebido pela crítica britânica. Dois anos mais tarde é a vez de New Wave e em 2005 regressam às origens para editar Down with the Old World, pela Rastilho. Em 2012, a banda punk-rock luso-inglesa que chegou a ser catalogada pelo NME como “the next big thing” regressaram às edições
discográficas,com o disco, Back To Life e encontram-se neste momento a aguardar a edição do documentário acerca da banda, com edição prevista em Londres para final de 2015.
Durante o Interregno da carreira dos The Parkinsons, em 2004, Victor Torpedo (que já se havia destacado nos não menos portentosos Tédio Boys) e o baixista Pedro Chau juntam-se ao baterista Glenn Chapman (ex-membro dos Black Time) e ao vocalista Charlie Fink (ex-frontman de outra das mais influentes bandas rock do final do século, os Penthouse) e criam a banda Blood Safari. Os Blood Safari parecem ser a banda rock que Victor Torpedo sempre quis e que lhe assentou que nem uma luva: atitude e irreverência, rock e blues. O rock’n’roll não precisa de motivo para o ser. Há quem diga que é um vírus que nasce quando escutamos pela primeira vez aquele disco do Elvis, dos Clash ou dos Stones e que depois usa o nosso corpo como incubadora; há quem defenda que é um estado de rebeldia juvenil que se dilui no sangue, mas que não é expulso pelo corpo. As tentativas de definição são variadas… O rock’n’roll simplesmente é!
2006 marcou o início desta nova banda cujo universo musical gravita à volta das raízes do rockabilly e do rock’n’roll (não é por acaso que a banda menciona Gene Vincent quando fala de Charlie
Fink), do psych-rock dos Cramps e até do punk dos Clash. No geral, é um retorno às origens puras do rock, limitando o ouvinte às sensações básicas do ouvir e sentir.
Chegado a 2007, surgem os Tiguana Bibles, banda Constituída por elementos com reputação no panorama musical nacional e internacional: Augusto Cardoso (a Jigsaw, BunnyRanch, Subway Riders),Tracy Vandall (Dick Johnson, Lincoln), Victor Torpedo, Kaló, Pedro Serra (Ruby Ann & The Boppin’boozers). São primeiramente apresentados ao público através da compilação “Novos Talentos Fnac de 2008”. Em 2008, surge o convite de Henrique Amaro, consagrado locutor de rádio e Director Artístico da Optimus Discos, para a participação na 1ª série de lançamento da editora virtual Optimus Discos. O EP de nome “Child of the Moon” é editado a Abril de 2009, com excelente aceitação por parte da imprensa assim como do público em Geral. Fica para registo que os temas inseridos neste EP foram gravados em Agosto de 2008 no estúdio de Boz Boorer, director artístico e músico do cantor britânico “Morrisey”. O single “Lost Words” manteve-se no top A3-30 da antena 3 durante todo o verão e integraram o cartaz do festival Optimus Alive 09. O de 2010 é marcado pelo falecimento prematuro do guitarrista da formação original Paul Hofner.
Em Junho de 2010, 2 semanas após esse acontecimento trágico, realizam uma tour pelas principais salas do País, numa homenagem ao saudoso elemento da banda.
A partir de 2013, Victor Torpedo tem estado mais activamente envolvido em concertos ao vivo com os Subway Riders (nome descaradamente roubado ao filme de Amos Poe, de 1981). Originários de Coimbram os Subway Riders são fruto de uma ideia do Carlos Dias e do Victor Torpedo. Decididos a criar uma banda onde nunca haveria um ensaio. Todas as músicas são criadas no momento, e sempre que são tocadas soam de forma diferente. Têm uma base que foi ficando, mas têm a liberdade de acrescentar o que quiserem. Também os músicos que tocaram ou tocam com os Subway Riders quase nunca tocam o seu instrumento de eleição: têm que tocar um instrumento diferente do habitual. Tudo isto faz com que em palco os momentos de caos choquem com momentos realmente geniais. Tudo sempre tocado como se não existisse amanhã, claro! Tudo isto, e o prazer com que todos tocam, fazem os Subway Riders. Neste momento a banda é composta por Carlos Dias, Victor Torpedo, Pedro Calhau (Bunny Ranch), Pedro Chau e André. Todos de apelido Subway!
No passado ano de 2014, para além da formação dos The Great Moonshiners Band, Victor Torpedo tem vindo a apresentar o seu trabalho a solo com o projecto “Karaoke Victor Torpedo”: Um espectáculo carregado de ironia e ao mesmo tempo de amor, ódio, raiva e desespero, negro, mas repleto de muita cor
e com uma banda sonora fantástica, que complementa de forma perfei a todos os momentos do show.
Nuances de punk rock, reggae, rock, pop e de música electrónica podem ser encontradas ao longo do seu set.
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