Sinde Filipe

 

Sinde Filipe é um ator, encenador e declamador, nascido em 1937 em Coja, município de Arganil, agraciado com múltiplos prémios e, em 2021, com as insígnias de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, pelo Presidente da República.
Na sua juventude ainda frequentou o curso de Direito na Universidade de Coimbra, mas abandonou os estudos em prol do Teatro, iniciando-se no Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra, que ajudou a fundar. Estreou-se profissionalmente no Teatro Experimental do Porto, sob a direção de António Pedro.
Mais tarde, beneficiando de uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, estabeleceu-se em França para estudar Encenação no Centre Dramatique de L’ Est.
Foi ainda aluno de Marcel Marceau, Jacques Lecoq e René Simon. Daí partiu para o Brasil, em 1962, onde dirigiu, entre outras, a peça As Visões de Simone Marchad (Brecht), no Teatro da Bela Vista, em São Paulo.
Regressou a Lisboa para ingressar na companhia Rey Colaço-Robles Monteiro, na altura sediada no Teatro Nacional D. Maria II e foi dispensado por causa de um incêndio que deflagrou, enquanto ensaiava uma peça.
Entretanto encenou e interpretou duas peças proibidas pela censura, Sob Vigilância de Jean Genet e A Oração de Fernando Arrabal. Regressou novamente à companhia de Amélia Rey Colaço, permanecendo no elenco fixo. Passou depois pelas companhias residentes do Teatro São Luiz, Teatro Maria Matos, Teatro Villaret, A Barraca e Companhia de Laura Alves.
No cinema salienta-se a sua colaboração com António de Macedo, estreando-se no filme Sete Balas para Selma (1967). Trabalhou com Joaquim Leitão, José Sá Caetano, Vítor Gonçalves ou José Fonseca e Costa, participando também em várias coproduções internacionais. Assinou também a realização de algumas curtas-metragens.
Sinde Filipe tornou-se mais conhecido junto do grande público ao participar em variadíssimas telenovelas, entre essas Pai à Força (2009) que lhe valeu (tal como a Pêpê Rapazote), uma nomeação, em 2001, para uma Golden Nymph, para melhor ator numa Série Dramática, no Festival de Télévision de Monte-Carlo.
Em 2016, teve um grande regresso ao cinema no filme Zeus, de Paulo Filipe Monteiro, em que interpretou o escritor e presidente da república Manuel Teixeira Gomes, tendo recebido vários prémios: Melhor Actor no 4th Indian Cine Film Festival-16, Mombai; Melhor Actor no Festival XXII Caminhos do Cinema Português; Melhor Interpretação Masculina no 14eme Festival Cinéma et Migrations Agadir.

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