Madrepaz

 

Nuno Canina, Pedro da Rosa, Ricardo Amaral e João Barreiros são as quatro asas da libelinha, símbolo escolhido por Madrepaz para ilustrar o que chamaram de “Shamanic Pop”. Esta jornada começa em 2017 com o lançamento do seu primeiro disco, “Panoramix”.
A história do baterista Canina e do guitarrista Pedro da Rosa começou n’Os Golpes, uma das bandas que esteve na vanguarda do movimento da Nova Música Portuguesa que no princípio do milénio uniu uma geração determinada a devolver a portugalidade ao roque português. Com a música “Vá Lá Senhora” e dois discos aclamados pela crítica e mais de uma centena de actuações ao vivo nos principais palcos portugueses, Pedro e Canina deram início a um trabalho conjunto de 10 anos, que teve continuidade em bandas como a Armada e os The Mighty Terns. Na banda Armada, Ricardo Amaral segurava o papel de guitarrista.
Foi aquando a gravação do segundo registo da Armada que a banda se apercebeu que estava em curso uma mudança de consciência, resultando numa sonoridade disruptiva com o conceito até então defendido. A banda viria a optar por nunca editar este trabalho intitulado “Espiral”, um disco conceptual acerca de um mecanismo idílico de elevação do espírito humano.
Pedro, Nuno e Ricardo encetam um processo de construção e destruição da estética musical, de questionamento e de tentativa e erro que os levou a uma visão mais clara e profunda da identidade do grupo e do tipo de música e mensagem que iriam partilhar. João Barreiros viria a juntar-se nas teclas na recta final de 2015. Em poucos dias de encontros musicais a banda já tinha o esboço do que viria a ser o primeiro longa-duração, “Panoramix”.
A banda segue para o estúdio do jovem técnico de som Diogo Rodriques em Alvalade, e grava o primeiro tema “O Sol Amarelo, Vol.1”. O lançamento acontece em Janeiro de 2015, causando grande impacto,
confirmado na sua inclusão na compilação “Novos Talentos Fnac 2016”. Em Março voltariam ao estúdio para gravar primeiro disco “Panoramix”. As misturas são confiadas a Hugo Valverde, amigo e técnico de som que havia acompanhado os Golpes e A Armada nas actuações ao vivo. O segundo single “Novas Pontes” é lançado ainda em 2016, acompanhado pelo primeiro teledisco, onde a banda mostra, pela primeira vez, imagens do seu imaginário e iconografia. Desde o início, a banda produz todos os conteúdos
gráficos.
O disco viria a ser lançado em Fevereiro de 2017 juntamente com o teledisco “Sopra o Vento”. A canção conquistou a aceitação das rádios da especialidade e entra na playlist de rádios como a Vodafone FM, Antena 3 e a nova SBSR FM (que assume o primeiro apoio a um disco, o “Panoramix” dos Madrepaz).
Acerca deste primeiro disco, o blog musical Altamont escreveu: “Os Madrepaz entraram em retiro, fizeram a sua cura, e da poção do seu shamanic pop trazem Panoramix, que figurará certamente como um dos melhores discos nacionais de 2017″.
Desde então a banda tem vindo a percorrer o país em tournée, com espectáculos vibrantes, muitas vezes acompanhados por uma equipa de vídeo-projecção e vídeo-mapping, oferecendo um espectáculo visual complementar à sua sonoridade particular.
Os Madrepaz são todo o seu passado e todo um novo futuro. Nascem porque não podiam deixar de nascer, fruto da impermanência dos tempos e de um perseverante impulso criativo.

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