Janita Salomé

 

Natural da vila alentejana de Redondo, Janita como ficará afectuosamente conhecido é em 1980, recrutado por Zeca Afonso para o acompanhar em palco, aí o jovem profissionaliza-se como músico e abandona o emprego de funcionário judicial. Grava o seu primeiro disco em nome próprio: «Melro» (1980), onde explora já a tradição musical alentejana mas, numa inesperada opção, regista igualmente fados de Coimbra, cujo gosto o pai lhe incutira.
Em 1981 tudo se torna claro quando, durante uma estada em França, Janita descobre a música da África árabe (Marrocos, Argélia) e é aí que encontra a estrela que norteará a sua música: a procura dos laços que unem a tradição popular alentejana com a música tradicional árabe.
Este será o rumo que explora nos discos que se seguiram: «A Cantar ao Sol» (1983, Sete de Ouro e Prémio Revelação das revistas Música e Som e Nova Gente), «Lavrar em Teu Peito» (1985) e «Olho de Fogo» (1987, Troféu Nova Gente para o melhor intérprete masculino de música ligeira).
Janita explora também o teatro, como compositor e actor no grupo A Barraca. Em 1991, volta ao Fado de Coimbra, com «A Cantar à Lua», e forma com Filipa Pais e os irmãos Carlos e Vitorino os «Lua Extravagante».
«Raiano» (1994) explora a sua faceta urbana. Este disco valeu-lhe o Prémio Blitz 94 para Melhor Voz Masculina. Em 2000, regressa com o álbum colectivo «Vozes do Sul», um trabalho de homenagem ao cante alentejano, composto por modas tradicionais. Este trabalho recebe o prémio José Afonso 2001, atribuído ao melhor álbum de música de inspiração popular portuguesa desse ano.
Seguem-se «Tão Pouco e Tanto», «Vinho dos Amantes» e «Em nome da rosa», galardoado pela SPA com o «Prémio Pedro Osório».

Discos